O Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Tecnologia Assistiva tem ampliado sua atuação em todo o estado do Paraná. A professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora do Arranjo, Maria Lúcia Okimoto, compartilhou os avanços conquistados no projeto durante a 3ª Semana dos NAPIs, realizada em Curitiba, entre os dias 11 e 12 de março.
“Já tivemos grandes progressos, principalmente na evolução das pesquisas. Recebemos novos bolsistas que estão incrementando os projetos já existentes”, explica Maria Lúcia. Entre os destaques recentes está a parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, voltada à capacitação de profissionais dos centros especializados em reabilitação. Esse é um marco importante que está mobilizando a equipe na extensão, com aplicação direta na comunidade.
Além da UFPR, o NAPI envolve outras instituições de ensino superior, como a Universidade Tecnológica Federal (UTFPR), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Cada uma atua em frentes específicas, com pesquisas e projetos voltados à educação inclusiva, mobilidade, comunicação aumentativa, acessibilidade digital e produção de equipamentos assistivos.
“Tivemos resultados muito positivos, como o desenvolvimento de materiais para formação de professores e a criação de tecnologias que já estão sendo repassadas para escolas e hospitais”, destaca a professora.
Um exemplo é o curso de extensão EngenharMEC, da UFPR, que realiza atendimentos diretos por meio de impressão 3D, fabricando órteses, suportes e dispositivos personalizados. “Já fizemos doações de apoios de cabeça para crianças que não conseguem manter o tônus do pescoço, o que impacta diretamente na alimentação, na comunicação e na aprendizagem. Também entregamos órteses para pés tortos ao Hospital Pequeno Príncipe”, informa.
Outro projeto em destaque é a cadeira anfíbia, voltada ao deslocamento de pessoas com deficiência em ambientes com água e areia. A pesquisa, em fase de desenvolvimento, busca compreender o ecossistema de uso para garantir adaptação real às necessidades da população. Segundo a coordenadora, “não é só tecnologia por tecnologia. É sobre projetar com base no uso real, respeitando a diversidade de corpos e contextos”.
A visibilidade internacional do NAPI também tem crescido. Em 2024, o Arranjo recebeu o prêmio Bronze de Design Universal no Japão, com um projeto que aplica código de cores para pessoas cegas. “Esse reconhecimento veio de um projeto que já gerou patente. É um dos muitos resultados que mostram que estamos no caminho certo”, comemora.
Para Maria Lúcia, o trabalho em rede e com equipes multidisciplinares é o diferencial da abordagem paranaense. “Na Europa, as áreas ainda trabalham muito separadas — Engenharia de um lado, Educação de outro. Aqui, a gente já entendeu que o impacto real acontece quando todos trabalham juntos. E isso tem sido um aprendizado enorme para os alunos, que já se formam com essa perspectiva de colaboração e impacto social”, conclui.
Assista ao vídeo abaixo para acompanhar a apresentação do NAPI Tecnologia Assistiva na 3a Semana dos NAPIs e saber mais detalhes das pesquisas do Arranjo.
Por Guilherme de Souza Oliveira