Parceria entre universidades e órgãos públicos já resultou em formação de peritos, cooperação internacional e até na criação de um museu interativo
Lançado oficialmente em novembro de 2024, o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Segurança Pública & Ciências Forenses reúne universidades e órgãos de segurança pública para integrar infraestrutura, qualificar profissionais, desenvolver tecnologias e engajar a sociedade no combate à criminalidade. “O NAPI inclui desde o compartilhamento de infraestrutura entre universidades e órgãos de segurança até a formação técnica dos profissionais. Já temos turmas específicas de mestrado e doutorado para peritos”, conta a coordenadora e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Caroline da Ros Montes D’Oca.
Além da formação, a difusão da Ciência Forense é um dos pilares do projeto. “Muitas vezes não temos ideia do quanto esta ciência está presente no nosso cotidiano. Desde o medicamento que ingerimos, até o produto de higiene que usamos ou o equipamento de segurança do carro, tudo isso passa por processos forenses, que também inclui o combate à falsificação e à adulteração de produtos que trazem riscos graves à população”, destaca a professora.
Numa articulação que pode resultar na criação de um polo industrial de insumos forenses no Paraná, o NAPI promoveu recentemente uma missão científica ao exterior e firmou acordos de cooperação com universidades norte-americanas de referência. “Estamos tratando de mobilidade acadêmica e da padronização de processos forenses. Também buscamos fortalecer a indústria paranaense que fornece insumos e padrões para o trabalho dos peritos”.
A professora Caroline da Ros Montes D’Oca na 3a Semana dos NAPIs (Foto/NAPI PRFC)
Outro marco importante será a inauguração do Museu Brasileiro de Adulterações e Falsificações, já prevista para abril de 2025. “Será um espaço sensorial e interativo, onde o visitante poderá entender como o conhecimento científico ajuda a identificar falsificações e garantir a segurança da população”, diz Caroline.
Por fim, ela enfatiza que o NAPI representa uma nova forma de enfrentar desafios complexos: “Quando os laboratórios não têm resposta para uma nova demanda, voltamos para o berço da ciência: a universidade. Lá, com especialistas e estrutura, conseguimos formar pessoas e oferecer soluções rápidas e eficazes”.
Assista ao vídeo abaixo para acompanhar a apresentação do NAPI Segurança Pública & Ciências Forenses na 3a Semana dos NAPIs e saber mais detalhes das pesquisas do Arranjo.
Por Guilherme de Souza Oliveira