Programa Genomas Paraná, que já coletou mais de 3 mil amostras e iniciou o sequenciamento genético, foi um dos destaques em evento na capital
Mapear o DNA de milhares de paranaenses para entender melhor a saúde da população e propor políticas públicas mais eficazes: essa é a proposta do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Genômica, uma das iniciativas presentes na 3ª Semana dos NAPIs. Criado com apoio da Fundação Araucária, o Arranjo reúne cientistas de diferentes áreas para aplicar o conhecimento genético em benefício da sociedade.
Durante o evento, realizado nos dias 11 e 12 de março no Campus da Indústria, em Curitiba, o NAPI Genômica apresentou o Programa Genomas Paraná, que pretende sequenciar o genoma de 4.500 guarapuavanos, em um primeiro momento, para correlacionar informações genéticas com hábitos de vida e condições de saúde.
“A gente vai devolver isso para a comunidade”, afirmou a doutoranda Camila Rickli, integrante do projeto e pesquisadora do Genomas Paraná, vinculado à Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro). Ela destaca que tanto a bolsa de estudos quanto o financiamento da pesquisa só foram possíveis graças ao apoio da Fundação Araucária.
O projeto Genomas Paraná já conta com mais de 3.600 participantes recrutados em Guarapuava. As coletas envolvem sangue, fezes, saliva, plasma e soro, todas armazenadas para posterior análise. “Nosso foco são as doenças relacionadas à síndrome metabólica, mas também queremos identificar fatores protetivos que contribuem para o envelhecimento saudável”, explicou a pesquisadora.
Dos 4.500 participantes previstos, 4 mil são adultos e 500 são idosos com mais de 80 anos cognitivamente saudáveis. Além da coleta de amostras biológicas, os voluntários respondem a questionários epidemiológicos, permitindo análises amplas entre genética, estilo de vida e histórico familiar.
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Professora Angelica Boldt apresenta o NAPI Genômica na 3ª Semana dos NAPIs (Foto/Milena Massako)
Hoje, o Arranjo integra o Genomas SUS, braço do programa federal Genomas Brasil. Já foram sequenciados mais de 700 genomas, com previsão de alcançar toda a amostragem ao longo do ano. A estrutura do projeto inclui equipamentos modernos para criação de bibliotecas genômicas e realização dos sequenciamentos.
A expectativa é que o programa se estenda por pelo menos dez anos, com impacto direto na formulação de políticas públicas. “É uma medicina de precisão, que nos permite pensar também em estratégias de prevenção. A gente vai coletar todas essas informações para então iniciar as análises e devolver os resultados para a população”, concluiu Camila.
A participação do NAPI Genômica na 3ª Semana dos NAPIs mostrou como a ciência paranaense está alinhada com desafios reais da sociedade. Ao lado de outros Arranjos, o grupo contribuiu para evidenciar a força da pesquisa colaborativa no Estado e o potencial de transformação que nasce quando ciência, tecnologia e inovação caminham juntas.
Assista ao vídeo abaixo para acompanhar a apresentação do NAPI Genômica na 3a Semana dos NAPIs e saber mais detalhes das pesquisas do Arranjo.
Por Maria Eduarda de Souza Oliveira